A apresentação foi realizada em uma adaptação livre do livro Macunaíma de Mário de Andrade
Dizem que este livro foi rascunhado aqui em Araraquara enquanto Mário de Andrade passava suas férias em uma fazenda aqui no município.
No fundo do mato-virgem, nasceu
Macunaíma, herói de nossa gente.
Cresceu bebendo das fontes, se alimentado
e descansando nas sombras das frondosas árvores...
Chamava por nome cada uma delas...
Matuto, era conhecedor dos segredos
do seu lugar, decifrava como ninguém o silêncio da noite e seus mistérios ...
Conhecia o assobio da Matita Pereira...
O canto mágico da Iara, mãe d’água...
O rastro do Curupira... o grito da
Caipora...
divertia com as travessuras do
peralta Saci...
Um dia o herói sai a vagar...
Curupira, um semi-deus
Entre as criaturas que Tupã espalhou pela Terra estão o Curupira, um semi- deus que protege as florestas e a natureza da ação destrutiva dos homens. O Curupira é uma criatura baixinha e de cabelos de fogo. Sua lenda revela o ponto central da relação dos índios brasileiros com mata. Não é uma relação de exploração, de uso indiscriminado. É uma relação de respeito pela vida, uma relação de troca. O Curupira não se incomoda, por exemplo, com o "bons caçadores", aqueles que vão à caça para matar a fome. Os "maus", no entanto, que matam para se divertir, ou indiscriminadamente, fêmeas e filhotes, acabam caindo nas armadilhas do Curupira. Aliás, para os bons, ele nem aparece. E quem o viu, conta a lenda, está correndo até hoje. Seu truque predileto é se transformar em caça, uma paca, um tatu, onça ou qualquer outro bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta. E lá eles ficam, perdidos para sempre. Mesmo sabendo que matar animais ou abater árvores para a subsistência não é alvo da ira do Curupira, os índios entram na mata cheios de respeito e termos. Eles costumam levar sempre presentes para agradar ao protetor da floresta, como fumo, comida, flechas e objetos que deixam nas trilhas.
Descrito como sendo um pequeno ser com traços índios, segundo alguns com os pés virados para trás, cor escura, o curupira possui o dom de ficar invisível. Guardião das florestas e dos animais, é entretanto protetor daqueles que sabem se relacionar com a natureza, utilizando-a apenas para a sua sobrevivência, ou seja, o homem que derruba árvores para construir sua casa e seus utensílios, ou ainda para fazer o seu roçado e caça apenas para alimentar-se, tem a proteção do Curupira. que derrubam Mas aqueles a mata sem necessidade, os que maltratam plantas e animais, os que caçam por pura perversidade, estes têm no Curupira um terrível inimigo.
Dizem que o Curupira faz o mau caçador perder a noção de seu rumo e ficar dando voltas no mato, retornando sempre ao mesmo lugar.
O herói era fascinado por Cy, a Mãe do Mato.
Cy... era guerreira icamiaba, filha da
tribo de mulheres fortes lá das praias da lagoa Espelho da Lua. Era uma cunhã
linda com o corpo colorido com jenipapo.
Era a Imperatriz do Mato-Virgem, sua
função era proteger os igarapés, os riachos, os pássaros, e toda espécie de
bicho que habita o silêncio desses rincões brasileiros.
Macunaíma encontra com a Mãe-do-Mato e unem-se...
Muiraquitã é
o nome que os índios davam a pequenos objetos, geralmente representando uma rã, trabalhados em pedra de cor verde, jadeíta ou nefrita. O muiraquitã atraía sorte para os seus possuidores e também curava quase todas as doenças.
E a Mãe do Mato Virgem subiu ao céu por um cipó, é lá que Cy vive agora nos trinques, passando toda enfeitada de luz, e virada numa estrela, é a Beta de Centauro...
Sendo assim Macunaíma tornou-se o
Imperador do Mato-Virgem.
O pássaro de plumas vermelhas e canto maravilhoso é atingido pela flecha de uma donzela apaixonada, transformando-se num belo e forte guerreiro. Porém, um feio e aleijado feiticeiro enciumado, possuidor de uma flauta encantada, através de sua linda música faz com que o jovem desapareça, restando somente sua bela voz na mata. Dificilmente vemos o uirapuru, mas ouvimos com freqüência seu canto mavioso.
Único do mundo, misteriosa ave de canto lendário, quando o Uirapuru canta, todas as outras aves ao redor se calam e quem ouvir sentirá paz por toda a vida.
Apresentação da Vitória-Régia
As lagoas e os lagos amazônicos são os espelhos naturais da vaidosa Iaci, a lua. As cunhãs (índias) e as caboclas ao vê-la refletida sentiam toda a inspiração para o amor. Ficavam então no alto das colinas esperando pelo aparecimento da lua, e que com o contato de sua luz lhes chegasse o amor redentor e elas pudessem subir ao céu transformadas em estrelas.
Um belo dia... uma linda cabocla, tomada pelo amor, resolveu que era chegado o momento de transformar-se em estrela. E com este intuito subiu à mais alta colina, esperando poder tocar a lua Iaci e assim concretizar o seu desejo. Mas... ao chegar ao cimo da colina viu a lua Iaci refletida na grande lagoa e pensou que estava a banhar-se... Na ânsia de tocar Iaci para realizar o seu sonho de amor, a bela cabocla lançou-se às águas da lagoa... E ao que pensou tocá-la, afundou, sumindo nas águas...
E a lua Iaci, condoída com o infortúnio de tão bela jovem e não podendo satisfazer seu desejo de levá-la para o céu em forma de estrela, transformou-a na bela estrela das águas, a linda planta aquática que é a Vitória Régia... cuja beleza e perfume são inconfundíveis. Dizem que o local onde o fato aconteceu é o lago Espelho da Lua, situado no município de Faro, na região do Baixo Amazonas Paraense...
De vez em quando, Macunaíma parava para pensar em Cy. Parava tempo e chorava muito tempo.Mais tarde, Macunaíma dá pela falta do muiraquitã, presente da amada.
Rogando por Negrinho do Pastoreio,
para quem Macunaíma rezava diariamente.
Uma feita em que deitara numa sombra
entristecido, o Negrinho do Pastoreio, se apiedou e resolveu ajuda-lo.
Mandou o passarinho Uirapuru.
O Uirapuru liberta a mágoa de seu
triste coração e revela o paradeiro do talismã e nosso herói que sai a vagar em
sua busca.
O Muiraquitã estava em posse do
monstro Piaimã – comedor de gente, colecionador de dinheiro e outras riquezas.
Devorador de florestas, de rios e tudo que é a beleza da natureza.
Macunaíma trava a luta com o gigante
para reconquistar o talismã.
Cansado das andanças e lutas, o
herói resolve voltar para seu lugar, mas seu lugar já não existe, foi tomado
pelas fábricas, pelas cidades, estradas, ganância, vaidade, egoísmo... sua
gente já não tem lugar...
Sendo assim que resolve sir ao
encontro de sua amada, subindo ao céu e tornando-se a Constelação da Ursa Maior.
Em breve mais fotos......
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